*Resenha Quarto

Quarto

Emma Donoghue

Como hoje é o dia das mães, nada mais justo que fazer um especial para elas né?

Quarto é um dos melhores livros que já li. É a junção perfeita, de uma boa história, com grandes personagens e uma escrita sublime. E por que este livro deve ser resenhado no Dia das Mães? Pelo simples fato de mostrar quanto à palavra MÃE, é de um grande significado.

A mamãe desse livro é mais que especial. Ela foi sequestrada com seus 19/20 anos e é mantida refém há sete anos. Jack, seu filho de cinco anos, é quem narra à história de luta de sua mãe.  O Quarto é o mundo que Jack conhece. E lá essa mulher que no mínimo pode ser descrita como incrível, vai cria-lo. Ele vai aprender a ler, irá brincar e crescer, para Jack aquilo é o lar. Já para sua Mãe é uma prisão, que o velho Nick a mantém. Mesmo que com muito amor e dedicação ela tenha conseguido criar uma vida para seu filho, lá dentro. Ela sabe que aquilo não é suficiente, além disso, a curiosidade de Jack cresce, assim como o desespero de sua Mãe. Então ela vai criar um plano de fuga, arriscando a vida dos dois.

Como é Jack que narra à história, ela acaba ficando divertida. Na cabeça de uma criança aquilo com que ele conviveu sempre, pode parecer normal. Entretanto para quem lê, é evidente o quanto a situação é difícil. E é com essa evidencia, que percebemos, quanto essa mulher é forte para manter as aparecias a seu filho, para não criar-lhe o pânico ou o medo.

Emma constrói um verdadeiro laço entre mãe e filho, que torna a história mais que comovente e cativante. Uma coisa que chama a atenção é a escritora não ter criado um nome para a “Mãe”, e simplesmente ter denominado ela assim. Mãe, um ser que arrisca qualquer coisa pela felicidade de um filho.

A autora é esplendida em conseguir entrar na mente de uma criança e transcrevê-la tão bem.
Jack não vê o horror de tudo que se passa, mas começa a questionar certas coisas.

“... a Mãe achou palavras difíceis na embalagem do leite para me testar, como nutritivo, que quer dizer comida, e pasteurizado, que quer dizer que pistolas a laser destruíram os micróbios.”

Quando você começa a ler, não quer parar mais. Você se prende aquela dor, que só amor pode vencer. Você vai chorar rir e gritar. É um turbilhão de emoções que vão te habitar até o final desse romance arrebatador.

“- Naquele dia frio de março, cinco anos atrás, você deu à luz sozinha um bebê saudável, em condições medievais. Foi à coisa mais difícil que você fez?

A Mãe abanou a cabeça. – A melhor coisa.”

- A obra foi publicada pela Verus editora, em 2011. O livro foi nomeado o Melhor do ano, pelo New York Times e finalista do Man Booker Prize pelo Independent.

“Quando ele termina, você ergue os olhos: o mundo parece o mesmo, mas, de algum modo, você está diferente, e essa sensação persiste por dias.” Audrey Niffenegger, autora de Uma estranha simetria.

Feliz dia das Mães. Em especial a minha mãe, Carla <3